terça-feira, 2 de junho de 2009

Campanhas e mídia no mesmo rumo


Por José Branco Neto e Rahal Rahal

Várias campanhas são apoiadas pela mídia. A grande maioria delas são muito bem sucedidas. Outras nem tanto, por conta da pouca intensidade de seu poder de convencimento e persuasão. Geralmente, as campanhas publicitárias relacionadas à prevenção de doenças, acidentes, melhoria de vida do cidadão, ganham maior destaque nos meios de comunicação. A pergunta é por que há este empenho da mídia em apoiar tais movimentos?

Simples. A mídia tem função de regulamentar a informação, fazendo seu papel de mediação, diante da sociedade. Neste caso, quando o assunto é envolver a preservação do ser humano, os meios de comunicação têm o papel fundamental de reforçar as campanhas, com notas, comentários, matérias, debates, e por isso, muitas vezes, consegue-se um efeito positivo. Um caso específico, e que até hoje continua colhendo frutos, é à campanha incessante pelo uso da camisinha.



No decorrer da última década, apoiada pelo Governo Federal, a mídia bateu muito na tecla do uso do preservativo, intensificando sua campanha na época do Carnaval. Com vídeos passando diversas vezes ao dia na TV, matérias escritas divulgadas em revistas, jornais e Internet, os números da Natalidade no país e do número de DST’s diminuíram no Brasil, inclusive o número de aidéticos.



Segundo dados do IBGE, nos últimos anos, o número de filhos no país cresceu muito. Nos anos 40, era no mínimo normal um casal possuir quatro filhos. Nos dias atuais, um é o comum, dois é o limite, e três é um número considerado alto. O foco principal da campanha acabou sendo a questão das doenças.


Mesmo com muito espaço na TV, o governo utilizou a Internet como um grande explicativo para a prevenção de doenças. No site http://www.aids.gov.br/main.asp, há um explicativo geral dos problemas das DST’s podem ser encontrados, além de formas de prevenção e onde tratar essas doenças.

Fato que comprova a eficiência da mídia, são os resultados comparativos entre 2000 e 2007. Nos locais mais carentes, onde a mídia não consegue chegar com todo o seu poder, caso das regiões Norte e Nordeste, a taxa de pessoas infectadas com o HIV aumentou consideravelmente. Já nas regiões mais desenvolvidas, onde o acesso à informação é maior (Sul e Sudeste), o número praticamente ficou estável.

Confira as estatísticas sobre a Aids no Brasil: http://forum.aids.gov.br/index.php?q=numeros-da-aids-no-brasil


Outra campanha não tão presente quanto à da camisinha, foi a do álcool junto à direção. O breve período veiculado na mídia, devido ao início da Lei Seca, diminuiu o número de acidentes e de pessoas dirigindo embriagadas num curto espaço de tempo, nos dois primeiros meses. No entanto, este ano, no feriado prolongado da páscoa, o número de acidentes superou o de 2008, com 58vítimas fatais.

Fica a dúvida, neste caso, quanto ao período de tempo em que a mídia regulamenta as campanhas de prevenções. Aliado a postura do Governo, que intensifica suas campanhas principalmente em época de feriado, final de ano, carnaval, os meios de comunicação são fundamentais para que a campanha possa atingir o maior número de pessoas, porém, muitas vezes a descontinuidade da informação faz a mensagem cair no esquecimento.

18 comentários:

  1. Essas campanhas são extremamente importantes, pois muitas vezes são a única forma de o conhecimento chegar até algumas pessoas. Porém, elas só funcionam de verdade quando estão aliadas à educação. Prova disso é a quantidade cada vez maior de mães adolescentes, apesar de todas as propagandas.

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  2. Ah, só senti falta de um videozinho da campanha mais engraçada e comentada de todas: a do Bráulio! xD

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  3. Verdade, faltaram os vídeos das campanhas!
    Abraços!

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  4. podia ter videos mesmo. Acho que as campanhas de carnaval ficam um pouco mascaradas, são quase que produtos de venda, pois ligar sexo e carnaval acaba atraindo mais as pessoas e aquecendo o estimulo carnavalesco. Esse tipo de campanha deveria ser feito frequentemente, não só nas festas. Mas o pouco que é feito, já é valido.

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  5. A veiculação dessas campanhas apenas em períodos pré-determinados (como a da camisinha apenas no Carnaval) mostra o descaso do governo em relação à saúde pública. Parece que o homem é um ser cíclico, que “entra no cio” apenas entre os meses de fevereiro e março. Campanhas assim são importantíssimas, mas devem ser veiculadas durante todo o ano.

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  6. A mídia tem papel fundamental nesse aspecto. E a diferença nos dados do Norte e Nordeste comparado aos do Sul e Sudeste provam isto. As leis, de fato, acabam levando aos canais de televisão, por exemplo, a divulgarem de forma maciça certos tipos de acontecimentos, como a da lei seca, em que muitas matérias foram feitas sobre o tema. Então além das campanhas, as leis foram divulgadas de forma ainda mais abragente, mostrando a realidade nas reportagens. Agora é preciso ter continuidade, o que de fato não vemos.

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  7. Essas campanhas são de extrema importância, não temos nem o que discutir a respeito disso, a mídia é altamente influenciadora e pode ser manipuladora, já que é pra ser assim que seja em prol do cidadão. O mínimo que chegar no ouvido das pessoas já surge efeito. Mas acho necessário a constante propaganda em relação a isso, a repetição é o que fica na cabeça das pessoas, bater na mesma tecla um milhao de vezes nunca é demais nesse caso.

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  8. Pelo menos uma pequena parte da mídia faz o que realmente deveria fazer....passar informação e educação para o público...

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  9. Acho corretíssimo a mídia apoiar todas essas formas de prevenções (doenças e uso de camisinha). Só não acho correto focar, realmente, no carnaval, afinal a população não tem vida sexualmente ativa somente em tal data.

    (Ana Fiorin)

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  10. É..a midia tem sim seu lado positivo!!pois atraves de propagandas,videos manipulam pessoas e que seja para uma causa boa!mas campanham de preservação deve ser feitas sempre,e não somente aprofundadas em determinadas datas...

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  11. o blog apresenta oq constantemente vimos na mídia, intensificando o valor da informação a todos os grupos dentro da mesma sociedade. e os resultados são trazidos pelós índices... comprovando o bom desempenho do governo nesse aspecto!

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  12. Acredito que o espaço para debates sobre sexo e prevenção. Porém, é um assunto polêmico que envolve tradições, postura e religião, o que pode influenciar para a concentração de campanhas apenas em épocas específicas, já que trabalhos sociais em relação a esclarecimento de dúvidas sobre relações e doenças sempre podem ser encontrados.

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  13. Investir na repeticao as vezes pode parecer a alternativa correta, ja que o objetivo eh a conscientizacao e a absorcao dos valores que estao sendo passados (se cuidar, usar camisinha, etc e tal), porem ao longo do tempo, a repeticao vai cansando os receptores, que avidos por novidades, ja acham que as mensagens sao banais ou entao pensam que `ah, isso nunca vai acontecer comigo`. Logo, o que pode ser uma alternativa para os meios de comunicacao e tambem para o governo eh utilizar outras mensagens, outra abordagem, claro que nao somente em periodo de carnaval, pq eh tao obvio, que acaba passando batido. Mas tambem promover encontros, debates, fazer trio eletrico, seja la o que for para chamar mais a atencao.

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  14. De fato a de se preocupar com a forma escolhida para fazer a divulgação da campanha, acho que o período pelo qual escolheram enfatizar esse assunto na sociedade é muito curto "carnaval".
    Hoje em dia os jovens banalizam as informações fornecidas pelo governo devido a falta de criatividade em chamar atenção do público alvo.

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  15. Essas campanhas são de extrema importância para a conscientização da população em relação à prevenção de doenças e gravidez, mas não alcançam seu verdadeiros objetivos quando enfatizadas apenas em épocas como o carnaval e esquecidas ao longo do ano. Outro problema comum nessas propagandas é a preocupação com slogans de grande fixação, o que acaba deixando de lado as reais problemáticas da falta de prevenção. A mídia deveria fornecer mais dados sobre os resultados do sexo sem proteção afinal ela é o principal meio de passar conhecimento e informação, por ser de fácil de acesso.

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  16. Eu acho muito legal ver alguem que se importe e tente concientizar as pessoas, criando campanhas desse genero para atrair a atenção da população.

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  17. É sempre interessante ver a mídia trabalhar a serviço do interesse público!

    Cocito

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  18. Se veicula campanha só na época em que os índices tendem a piorar, parece que a gente só trepa e só bebe em carnaval, feriado e afins... Mas tbm se veicula ano todo, parece que os espectadores ficam meio acostumados, é como se fossem perdendo o efeito... E se passam a ser mais violentas, mais fortes, uns vão reclamar que beira o mau gosto, mas em breve tbm vão se acostumar...
    O que falta é descobrir o meio-termo, o meio-termo entre provocar, mexer, perturbar, sem parecer idiotice e tbm sem deixar parecer sensacionalismo.
    Quando obtivermos essa fórmula mágica, e que às vezes parece ser simplesmente inatingível, talvez consigamos o equilíbrio tão almejado para continuar atraindo a atenção sem deixar de trazer informação, sem ferir a moral do outro e sem parecer conversa mole... Difícil, não? É um exercício ao qual pensadores da comunicação tentam fazer na teoria e que os jornalistas, publicitários, formadores de opinião deveriam tomar como objetivo a ser alcançado na prática.

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