
Por Maurício Vanni
No mês de março, no México, teve início um surto de gripe A (H1N1), que, em seguida, viria a se espalhar pelo mundo começando pela América do Norte, atingindo pouco depois a Europa e a Oceania.
Classificado pela Organização Mundial de Saúde como alerta pandêmico de nível 4, que significa transmissão de pessoa a pessoa, o vírus atingiu o nível 5 logo em seguida, que significa que há a transmissão da doença entre pessoas em pelo menos dois países com risco de pandemia, numa escala que vai de 1 a 6.
Durante a fase mais grave do surto de gripe suína, quando ainda havia muitas especulações sobre o número de contaminados nos diversos países, os meios de comunicação, principalmente jornais e sites de notícias, na ânsia de publicar determinado acontecimento antes do que seus concorrentes, acabavam por soltar notícias desencontradas.
A cada hora o número de pessoas com suspeitas de ter a gripe aumentava, sendo que poucos efetivamente eram de gripe suína. Sendo que até o dia 23 de maio, de 12 mil casos, apenas 86 foram fatais. O que pode exemplificar a real força do vírus é o que foi dito pelo carioca que, quando curado, disse que essa não foi a gripe mais forte que já teve. "Eu fiquei até um pouco assustado quando me deram a notícia, pois não senti nenhum sintoma muito forte. Minha febre foi de no máximo 38º C. Não tive mal-estar nem dor de cabeça", disse.
Esse repetição de notícias de maneira excessiva fez com que a população se assustasse com a possibilidade de ser contaminados, tanto que, até mesmo no Brasil, podia-se encontrar pessoas na rua com máscaras, que na verdade não tem quase nenhum efeito, além da medida do Ministério da Saúde de examinar todos que chegavam no país, ainda no avião, que algumas vezes foi criticado pela maneira como tratava as pessoas, fazendo com que muitos cancelassem suas viagens.
Será que o excesso de notícias repetidas nos meios de comunicação foi capaz de informar as pessoas sobre o surto de gripe, passando a real dimensão do vírus?